“Vós sois deuses”, disse o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres imortais.
“Podeis fazer tudo que faço e muito mais”, acrescentou ainda.
Recordamos-lhe a vida e o vemos andando pelas estradas, atendendo o povo, sem cansaço.
O povo, a sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-Lo a espalhar o consolo.
Ele adentra Naim e, deparando-se com um féretro que levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos.
Estanca o passo dos homens e ordena ao moço que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo.
Ele convive com a má-vontade e a ignorância dos homens. Ouve as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando.
Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento para ensinar o bem, sem conspurcar-se.
Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a a reformulação íntima.
Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas insiste no convite à mudança de atitude.
Imparcial, sempre. Sereno, também.
Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada dizer a ninguém.
Como se pudesse o beneficiado deter a alegria de que se revestiu.
Liberta o homem de Gadara da legião de espíritos infelizes que o atormentavam.
Aponta diretrizes renovadas à mulher, na fonte, e lhe possibilita o crescimento espiritual.
Da virtude que emana de seu espírito oferta a cura ao problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesaréia de Felipe.
Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo.
“Podeis fazer muito mais...”
Obediente à assertiva do cristo, Albert Schweitzer embrenhou-se no coração da áfrica equatorial francesa e se dedicou aos seus irmãos negros.
Construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias mãos. Tudo para atender os pacientes africanos atacados de todas as doenças, desde lepra até elefantíase.
Foi-lhes médico, pastor, professor. Suportou-lhes a ignorância que os fazia comer os ungüentos receitados para afecções da pele.
Ou beber de uma só vez o vidro de medicamento destinado a durar semanas. Ou quando tentavam envenenar outros internos.
Quando o silêncio descia sobre o resto do acampamento, ele trabalhava até meia-noite, ou mais tarde ainda, escrevendo ou respondendo cartas.
Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras: a arte e o ensino.
Mas sempre teve um piano consigo na áfrica e assim pôde manter em dia sua música. Suas gravações de Bach em órgão obtiveram grande êxito.
Cada vez que voltava à civilização, fazia uma longa série de conferências, havendo sido homenageado por inúmeras universidades.
Além disso, trabalhando à noite, manteve uma produção literária constante. Os homens lhe reconheceram a grandeza: ele recebeu o prêmio Nobel da paz, em 1952.
“Vós sois deuses... Podeis fazer muito mais...”
Schweitzer fez. Que podemos nós realizar?
Equipe de Redação do Momento Espírita.
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