Conta antiga história popular que, certa vez, um modesto trabalhador da terra encontrava-se no trato de sua gleba, arando o terreno, em um amanhecer de beleza arrebatadora.
Acercou-se, então, um indivíduo muito bem vestido e, envolvido na soberba e na arrogância dos seus saberes, perguntou ao humilde lavrador:
Camponês, tu crês em Deus?
Sim, senhor, eu creio em Deus. - Respondeu-lhe simplesmente.
Então, retornou o materialista convicto, podes me mostrar um lugar onde Deus se encontra? E sorriu sarcástico.
O homem simples olhou em volta, enquanto se apoiava no cabo da enxada. Depois, com naturalidade, respondeu: Senhor, eu não sou capaz de mostrar um lugar onde Deus se encontra nesta paisagem de luz.
No entanto, - continuou - eu peço ao senhor para me mostrar um lugar onde Deus não esteja.
Tomado de espanto, o soberbo afastou-se desconcertado.
* * *
Assim se dá conosco. Quantas vezes, perante as coisas da vida, não nos damos conta dos presentes de Deus, de Suas obras a nosso serviço, a nos sustentar as necessidades da vida.
Poucas vezes nos apercebemos de que mesmo nosso corpo, de que nos cremos proprietários, é obra de Deus, que no-lo empresta, para que a vida física se faça com a finalidade do nosso progresso.
Os filhos, os amores, as lições de aprendizado no dia-a-dia, tudo é bênção de Deus que nos oferta, como Pai amoroso preocupado com as necessidades de Seus filhos.
Deus Se encontra em toda parte, em toda a Sua obra. Desde a sinfonia dos astros, no espaço infinito, até o acelerado ritmo das micropartículas, na intimidade do átomo.
É natural que, a cada época da Humanidade, conforme o desenvolvimento intelectual e moral, o ser humano busque entender Deus e O compreenda exatamente conforme suas capacidades de entendimento.
Porém, à medida que vamos galgando conquistas morais e intelectuais, dilatam-se nossa percepção e entendimento da presença Divina, que envolve a tudo e todos sob Suas bênçãos.
Será essa percepção da alma que nos levará a, naturalmente, louvar e agradecer a Deus, por tudo que Ele nos oferece.
Será a partir daí que sintonizaremos com a Divindade, a fim de pedir Sua ajuda frente às provas naturais da vida, assim como para melhor nos integrarmos na harmonia da Criação.
Assim, cabe-nos buscar perceber a presença de Deus em nossa vida. Nas dificuldades, nos dias mais intensos, será Deus o amparo e o sustento em nossas dores.
Nas conquistas e nos dias de felicidade e paz, será Deus a companhia e o esteio, rejubilando-Se conosco pelas nossas vitórias.
Aprofundar nossas reflexões em torno de Deus e Suas bênçãos é exercício diário que compete a cada um de nós.
Só assim o nosso proceder será o do filho em gratidão, que compreende que todas as coisas que provêm do Pai são sempre na medida de nossas necessidades e capacidades.
Assim procedendo, jamais a revolta ou a descrença em Deus, frutos da imaturidade espiritual, terá guarida na intimidade de nossa alma.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro Entrega-te a Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Intervidas.
Em 20.05.2011.
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