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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Impressões negativas

Hoje em dia, grande parte dos pais se preocupa em conduzir seus filhos a um templo religioso, em virtude da situação conflitante por que passa a nossa sociedade.

        Todavia, esses mesmos pais têm encontrado grande resistência por parte dos filhos, principalmente dos jovens e adolescentes.

        Isso nos recorda uma experiência vivida por um casal de amigos.

        Eles tinham um filho de 14 anos que não se interessava em freqüentar as reuniões religiosas junto com os pais, apesar de todos os esforços desses por persuadi-lo.

        Todas as vezes que os pais lhe falavam sobre a necessidade de se buscar a ajuda de Deus para enfrentar, com fé e confiança, as agruras da vida, o filho se mantinha calado, dedilhando sua guitarra, da qual poucas vezes se separava.

        Um dia, já cansados de tentar convencê-lo, sem lograr êxito, os pais foram um pouco mais veementes.

        Aproximaram-se do rapaz e começaram a lhe falar da importância de ele os acompanhar ao templo religioso.

        O garoto, que até então estava calado, segurou as cordas da guitarra com uma das mãos, fitou-os nos olhos, e disse:

        Meus queridos pais: há quanto tempo vocês professam essa religião?

        O pai, imediatamente, respondeu que já fazia 20 anos, e a mãe disse que a professava desde o berço.

        O jovem abaixou a cabeça e continuou a acariciar sua guitarra.

        Mas os pais, inquietos, questionaram com impaciência:

        Filho, você está surdo? Por que não fala direito com os seus pais? Diga-nos, por favor, os seus motivos.

        O rapaz levantou a cabeça novamente, olhou-os com um certo ar de tristeza e falou:

        Eu não queria magoá-los, mas, se vocês insistem...

        Vocês acabaram de me dizer os anos que cada um freqüenta o templo religioso e eu, que na verdade já sabia disso, peço que me digam, com toda sinceridade:

        Prá que serve a religião, se vocês vivem brigando dentro de casa?

        De que adianta buscar um Deus que não consegue fazer com que vocês se entendam e se perdoem, ao invés de viverem aos gritos um com o outro?

        Respondam, com sinceridade, de que vale uma religião se, de vez em quando eu vejo o pai dormindo no sofá e a mãe se debulhando em lágrimas, lá no quarto?

        Será que vocês me acham tão infantil a ponto de me convencer que a sua religião é boa para mim, quando não consegue fazer vocês felizes?

        Não! Eu realmente não perderei tempo com essas coisas que não são eficientes nem para vocês mesmos.

        A história desses amigos vale como motivo de sérias reflexões para todos nós.

        Esquecidos de que nossos filhos são portadores de inteligência e bom senso, queremos que acreditem no que falamos e não no que eles observam no cotidiano, portas adentro do lar.

        É importante que aprendamos a ensinar pelo exemplo e não tentar convencer com teorias vazias.
*   *   *
        Geralmente os responsáveis pelo distanciamento dos jovens do Criador, são os pais, com sua falta de fé ou hipocrisia.

        As religiões trazem, em seus postulados, as diretrizes que conduzem a Deus, mas os religiosos, ou os que se dizem tais, é que não as entendem ou as desvirtuam.

        Assim sendo, se quisermos, sinceramente, aproximar nossos jovens de Deus, aproximemo-nos Dele primeiro.

        Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com história adaptada do cap. 
Necessidade de exemplo do livro Crepúsculo de um 
coração, de Jerônimo Mendonça.
Em 05.09.2008.

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