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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Não sepultamos o Espírito

Alguns dias após a tragédia ocorrida em Nova Iorque, em 11de setembro de 2001, que abalou o mundo inteiro e, de forma especial, os norteamericanos, o número de mortos já somava milhares.
As pessoas, inconformadas pela separação brusca dos entes queridos que foram arrebatados do corpo de forma violenta, eram tomadas pelo desespero.
Após uma cerimônia simples, dezenas de bombeiros foram sepultados.
Aqueles homens morreram no cumprimento do dever. Morreram tentando apagar as labaredas que devoravam os dois edifícios e também socorrendo os feridos mais graves.
Agora eles também se despediam do palco terreno, encerrando definitivamente o expediente no corpo físico.
O capelão do Corpo de Bombeiros proferia algumas palavras de consolo aos familiares dos falecidos.
De forma serena, expressava profunda fé na vida eterna.
Dizia ele aos seus ouvintes:
Logo mais estes corpos serão enterrados...
Nós vamos enterrar os corpos, mas não sepultaremos os Espíritos, pois o Espírito continua vivo, após a morte.
Vamos enterrar as mãos, mas não sepultaremos suas obras.
Vamos enterrar os pés, mas não sepultaremos seus passos.
Vamos enterrar as bocas, mas não sepultaremos as palavras que foram ditas.
Vamos enterrar os cérebros, mas suas ideias não podem ser sepultadas.
Vamos enterrar os corações, mas seus sentimentos ninguém conseguirá sepultar.
Assim sendo, este não é um momento de dizer um adeus definitivo, mas de dizer “até breve”, pois iremos encontrá-los na outra vida.
*   *   *
O capelão, como todo cristão, sabe que não se pode sepultar o Espírito, pois o Espírito é imortal.
Todo cristão sabe que só corpos podem ser destruídos, porque o Espírito é indestrutível.
Todo cristão tem certeza de que a vida não acaba com a morte, pois é eterna, conforme ensinou e demonstrou o Mestre de Nazaré.
Vitor Hugo, poeta e romancista francês que viveu no século passado, falou da Imortalidade da alma dizendo: De cada vez que morremos ganhamos mais vida.
As almas passam de uma esfera para a outra sem perda da personalidade, tornando-se cada vez mais brilhantes. Eu sou uma alma. Sei bem que vou entregar à sepultura aquilo que não sou.
Quando eu descer à sepultura, poderei dizer, como tantos: “Meu dia de trabalho acabou. Mas não posso dizer: minha vida acabou. Meu dia de trabalho se iniciará de novo na manhã seguinte.”
O túmulo não é um beco sem saída, é uma passagem. Fecha-se ao crepúsculo e a aurora vem abri-lo novamente.
As palavras do capelão e o depoimento de Victor Hugo demonstram que a Imortalidade e a individualidade da alma, bem como sua consequente evolução infinita, é uma necessidade lógica para todos aqueles que acreditam num Deus sábio e justo.
*   *   *
É natural que se lamente o sofrimento daqueles familiares que choram a morte dos seus e que rogue a Deus para que os fortaleça nessa hora amarga.
Todavia, pensemos um pouco naqueles que promovem o terrorismo e com ele tanta desgraça.
Lembremos que esses são merecedores da nossa mais profunda compaixão, pois são loucos que não sabem o que fazem.
Aqueles que perderam o corpo no desastre resgataram algum débito pendente com as Leis Divinas e se libertaram, mas os terroristas estão se endividando desastrosamente.
Quem, nesse caso, é mais necessitado de preces?
Pense nisso, e não se esqueça de rogar a Deus por eles também!

Redação do Momento Espírita.
Em 1.2.2013.

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