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sábado, 27 de agosto de 2016

Nossos irmãos, os animais

Os animais, como as criaturas humanas, sentem necessidade de carinho, compreensão e amizade. Eles têm a capacidade de corresponder ao carinho recebido, mostrando-se sensíveis a quem os brinda com afeição.
Em um circo de Londres, certa vez, um elefante muito famoso começou a demonstrar sinais de loucura.
Por isso foi acorrentado e enjaulado. Como era um animal muito conhecido, quando as autoridades policiais optaram pelo sacrifício de Bozo, o circo abriu um espetáculo especial para o público.
Todos queriam ver o sacrifício de Bozo. O povo, ansioso, lotou as arquibancadas, as cadeiras e os camarotes.
De repente, uma grande cortina se abriu e apareceu uma gigantesca jaula com Bozo, furioso, andando de um lado para o outro, louco.
Os atiradores especiais, convidados para o sacrifício, estavam a postos. O povo mal respirava.
Então um homem negro chegou ao circo, foi direto ao picadeiro e se apresentou ao gerente com um documento nas mãos. Depois de ler o documento, o gerente riu e falou alto:
Senhores, este homem quer entrar na jaula. Ele afirma que conseguirá amansar a fera.
Como o homenzinho insistisse no seu pedido e afirmasse que se responsabilizaria por tudo que lhe pudesse acontecer, a porta da jaula foi aberta e ele entrou.
Sereno, começou a cantar uma estranha melodia. A princípio, Bozo reagiu agressivo. Mas o homem continuou a cantar com ternura.
O animal entrou naquele ritmo e foi se acalmando. Depois se deitou. O herói tocou em sua tromba e foi jogado, com carinho, no dorso do animal. Pediu, então, que desacorrentassem Bozo e abrissem a jaula. O elefante, feliz, passeou com ele pelo picadeiro várias vezes, curado da estranha loucura.
Estava de novo calmo e dócil. O povo aplaudia e as crianças riam de felicidade.
Perguntado, o homem explicou:
Eu sou indiano, da mesma terra de onde veio este animal. Durante toda a sua infância, Bozo ouviu o dialeto indiano. Brincou com as crianças e quando elas o banhavam e o alimentavam à beira dos riachos, cantavam melodias indianas e conversavam com ele.
Bozo havia adoecido de saudades de sua terra natal. Saudade daquelas crianças que o amavam, saudade dos riachos e dos campos onde brincava.
Bozo fora vendido para a Inglaterra. A língua estranha, os costumes diferentes, o cativeiro, o adestramento para trabalhar no circo, a ausência da alegria das manhãs na Índia, o fizeram enlouquecer de saudade e de dor.
Ao ouvir a canção familiar, reviveu os momentos felizes e se curou.
Um detalhe: o homenzinho hindu não era outro senão Rudyard Kipling, Prêmio Nobel de Literatura, autor do famoso poema Se, traduzido para o nosso idioma por Guilherme de Almeida.
*   *   *
É conduta cristã proteger os seres inferiores da criação. Por isso, constitui generosidade apoiar, quanto possível, os movimentos e as organizações de proteção aos animais.
É importante não perseguir nem aprisionar animais pelo simples prazer de os manter próximos, em jaulas e gaiolas douradas.
Evitar a matança indiscriminada somente para atender a satisfação de alguns caprichos alimentares ou para ganhar troféus.
Não permitir maus tratos, nem trabalhos excessivos aos animais, devotando-lhes estima e cuidados como nos merece toda a obra da criação divina.

Redação do Momento Espírita, com base no
cap. 33, do livro 
Conduta espírita, pelo Espírito André Luiz,
psicografia de Waldo Vieira, ed. Feb e no cap. 32, do livro
Para sempre em nosso coração, de Maria Anita Rosas Batista, ed. Minas Editora.
Em 31.1.2013.

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