Você já se deu conta de que vivemos num mundo de grandes reclamações? Reclama-se de tudo: do fornecedor, do empregador, do funcionário, da mercadoria, do restaurante, do serviço público, da crise, da concorrência, do governo.
Naturalmente, a época é de conscientização e as pessoas estão sendo convidadas a exigir os seus direitos: os direitos do consumidor, os direitos do eleitor, os direitos do cidadão, do ser humano.
Exigir direitos está ótimo. Está na linha do respeito e devemos, na qualidade de seres humanos, nos encaminhar sempre mais para isso.
Contudo, em síntese, todas as reclamações que fazemos falam da nossa incapacidade. Sim, porque fomos nós que fizemos as escolhas: do fornecedor, do empregador, da mercadoria, dos governantes.
Com respeito aos que nos governam, ponderemos que se eles não estão agindo como esperávamos, devemos admitir que fomos infelizes na escolha.
Ao utilizarmos o nosso direito de cidadãos, como nos servimos do voto? Como fizemos nossas escolhas? Pela emoção do momento, por alguns dizeres inflamados, por uns discursos agressivos?
Será que se tivéssemos ido a fundo, examinado a vida do candidato como cidadão, profissional e político, teríamos votado nele?
E que dizer da crise? Crise se supera com trabalho, com esforço, com criatividade. Os grandes descobridores não se deixaram abater pela crise econômica, pela ironia dos seus pares, pela descrença das suas épocas ou pelas perseguições da ignorância.
Acreditaram em si, nas suas ideias e ideais. Lutaram e ofereceram ao mundo novos continentes, mostrando horizontes dilatados.
Concorrência? Que bom que existe. Deve nos servir de estímulo para melhor atendermos ao nosso cliente, para lhe oferecer o melhor produto.
Equipe irresponsável? Mas quem a contratou? Quem a coordena? Somos nós. Nós contratamos os colaboradores, os orientamos e treinamos.
Eles são nosso retrato. Se percebem que valorizamos a criatividade, eles ousam. Se observam que desprezamos a organização, se tornam relapsos.
Quando descobrem que somos centralizadores, largam tudo nas nossas mãos.
Se estamos colhendo problemas, tenhamos a certeza de que plantamos problemas. Nossa vida só mudará quando tivermos a capacidade de mudar interiormente.
* * *
Pensemos nisso: o amor que queremos encontrar nos outros e a paz que reclamamos e buscamos, dependem de nós.
O diálogo, base de toda a convivência, também depende de nós.
O caminho para a renovação depende de nós. A realização que julgamos especial depende de nós.
A organização que tanto apregoamos depende de nós.
Ponderar, reclamar ou produzir; atrapalhar ou servir; desprezar ou valorizar; revoltar-se ou colaborar; adoecer ou curar; rebaixar ou elevar; monologar ou dialogar; ensimesmar-se ou se abrir; estacionar ou progredir: tudo é uma questão de escolha.
E essa escolha depende unicamente de nós.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2, do livroA revolução dos campeões, de Roberto Shiniyashiki, ed. Infinito.
Em 2.1.2013.
Em 2.1.2013.
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