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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Investindo na felicidade

Alguma vez nos perguntamos o que nos mantêm felizes e saudáveis ao longo de toda nossa vida?
Detemo-nos, em algum momento, para avaliar onde e como vimos empregando nosso tempo, nossos esforços e competências?
Serão essas escolhas que fazemos no dia a dia que determinarão a felicidade e saúde em nossa jornada aqui na Terra.
A Universidade de Harvard começou, em 1938, um estudo, com um grupo de setecentos e vinte e quatro adolescentes.
Essa pesquisa, chamada de Estudo do Desenvolvimento Adulto, vem avaliando os participantes, ao longo dos anos.
Somam, portanto, mais de setenta e sete anos de acompanhamento dessas pessoas.
Ano após ano, foram entrevistadas sobre seu trabalho, vida doméstica, hábitos, saúde, formando-se retratos de vidas inteiras.
Sessenta por cento dos pesquisados ainda estavam vivos em dois mil e quinze, alguns com mais de noventa anos.
A pesquisa contemplou dois grupos distintos.
O primeiro era formado por estudantes da Universidade de Harvard. E todos concluíram a faculdade durante a Segunda Guerra Mundial.
O segundo grupo era integrado por garotos dos bairros mais desfavoráveis de Boston, escolhidos por pertencerem às famílias mais pobres e problemáticas da periferia da cidade, na década de 1930.
Os pesquisados se tornaram engenheiros, médicos, advogados, pedreiros, profissionais liberais, operários.
Alguns desenvolveram alcoolismo. Uns poucos esquizofrenia. Alguns subiram na escala social, outros fizeram caminho oposto.
Quais as grandes lições desse estudo? O que se aprendeu a respeito da vida humana ao longo dessas décadas da pesquisa?
Segundo Robert Waldinger, quarto diretor da pesquisa, os resultados podem ser resumidos na seguinte afirmação: as boas relações nos mantêm mais felizes e mais saudáveis.
Assim, podemos concluir que as relações humanas são boas para nós. A solidão nos aniquila.
Pessoas que cultivam relações mais intensas com a família, com amigos, com a comunidade, são mais felizes, mais saudáveis e vivem mais tempo.
Por outro lado, a experiência da solidão acaba por ser tóxica ao indivíduo.
Pessoas mais solitárias do que gostariam de ser se descobrem menos felizes, sua saúde deteriora rapidamente na meia idade e seu funcionamento cerebral diminui mais cedo.
Em verdade, não importa quantos amigos tenhamos, mas a qualidade dessas amizades.
As pessoas que fizeram parte da pesquisa e que envelheceram com melhor qualidade de vida, foram aquelas que se sentiam mais satisfeitas com suas relações aos cinquenta anos.
Continuavam sendo as mais felizes aos oitenta anos.
*   *   *
Somos todos seres sociais. Necessitamos uns dos outros para nos mantermos saudáveis, felizes e realizados.
Por isso, analisemos quanto do nosso dia, da nossa vida, do nosso tempo e energia estamos investindo no próximo, na família, nos amigos, na comunidade.
Sair de nós mesmos, preocuparmo-nos com o outro é o que efetivamente nos proporcionará uma velhice tranquila.
Somos imediatistas. Queremos investir naquilo que nos dará retorno rápido, visível, como nossa conta bancária ou acréscimo de bens materiais.
Porém, somente construindo pontes em relação ao próximo é que efetivamente conquistaremos uma vida feliz.
Redação do Momento Espírita, com base em palestra do professor
 Robert Waldinger,disponível em 
https://www.ted.com/talks/robert_waldinger_what_makes_a_good_life
_lessons_from_the_longest_study_on_happiness?language=pt#t-611542
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Em 28.5.2016.

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