Salvo algumas culturas orientais, a morte sempre foi tema indesejado e tabu difícil de superar nas mais diversas culturas.
Envolta no desconhecido, na ignorância do mundo pós-túmulo, muitas foram as culturas que tentaram explicar tal fenômeno.
Para os gregos era a travessia do Estige, o rio da morte que separava o mundo dos vivos daquele dos mortos.
No Egito antigo, as tradições recomendavam sepultar os mortos com seus objetos pessoais, utensílios, na crença que disso iriam fazer uso no seu pós-morte.
Na Antiguidade romana e grega, alimentar os mortos era prática sagrada. Os túmulos eram guarnecidos de locais próprios para o depósito de leite, mel, pastéis e outras iguarias.
Variadas doutrinas cristãs, com suas explicações para o fenômeno, não trouxeram o alívio para o temor da morte.
As narrações dos Evangelistas, citando o encontro e o diálogo de Jesus com os espíritos de Elias e Moisés, no monte Tabor, também não tiveram o devido entendimento a respeito da imortalidade da alma.
Mesmo o ensinamento de Jesus sobre a reencarnação, afirmando ao doutor da lei que ninguém entrará no reino dos céus se não nascer de novo, não constituiu material reflexivo para uma melhor compreensão da vida de além- túmulo.
E outras tantas foram as passagens de Jesus ensinando-nos sobre a continuidade da vida, sem que, no entanto, nada disso tenha sido compreendido e interiorizado, a fim de proporcionar ao fenômeno da morte a naturalidade que se lhe deve atribuir.
Assim, permanecem no imaginário coletivo o sobrenatural, as lendas mal explicadas, os mistérios em torno da vida pós-túmulo.
Porém, morrer é muito mais simples do que imaginamos.
É apenas despir-se de um invólucro de carne para voltarmos a ser o que éramos antes de nos vincularmos ao corpo que hoje habitamos: espírito imortal.
Somos todos seres de natureza espiritual, não materiais, e que no processo de encarnação, nos vinculamos a um envoltório físico.
Porém, não somos esse corpo que habitamos. Nem ele nos pertence.
Somos aquilo que o intelectualiza, que comanda suas funções fisiológicas, e que expressa sua inteligência e emoções através dele.
Em suma, nós somos a alma que habita o corpo.
Assim, em respeito à oportunidade que nos foi oferecida de reencarnar para progredir, cabe-nos cuidar e manter a máquina fisiológica que utilizamos, que comandamos.
Porém, tendo a plena certeza de que ela é apenas o nosso instrumento de trabalho, enquanto estivermos do lado de cá da vida.
Quando a máquina não for mais necessária, ou quando se desarticular, impossibilitando a continuidade da vida orgânica, nos apartaremos dela.
E assim morrerá a máquina, mas não nós, que somos seres imortais.
Apenas retornaremos para o lar, para o mundo espiritual, de onde partimos quando foi programada esta reencarnação.
Morrer é voltar para casa.
Morrer é reencontrar os amores que nos anteciparam nessa viagem.
Morrer é recuperar todas as possibilidades e capacidades de Espírito imortal que somos, e que ficaram adormecidas ou limitadas pelo corpo físico.
Dessa forma, não há o que temer.
Sobre todos os fenômenos da vida e da vida após esta vida, está o comando amoroso, justo e bom da Providência Divina.
Redação do Momento Espírita.
Em 12.3.2016
Em 12.3.2016
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