Translate

Pesquisar este blog

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Samaritanos

http://www.infoescola.com/historia/samaritanos/

MENSAGEM DE BEZERRA DE MENEZES AOS DIRIGENTES ESPIRITAS PARA A UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPIRITA BRASILEIRO

Fraternos 

 A maior caridade que podemos fazer pela doutrina dos espíritos é a sua divulgação. 

 A maior caridade que possamos fazer pelo espiritismo é a sua divulgação em massa. 

 A maior caridade que podemos fazer pela doutrina dos espíritos é que seja popularizada em todo o planeta Terra. 

 Fraternos companheiros do movimento espírita brasileiro. Todos vocês se prepararam no mundo espiritual para a divulgação do espiritismo. 

 Muitos de vocês, fizeram inúmeros cursos no mundo espiritual, para colocarem em prática, quanto estivessem encarnados. 

 Muitos de vocês, se prepararam, para serem dirigentes de Organizações Espíritas na Terra do Evangelho. 

 Muitos de vocês se preparam, para fazerem a unificação do movimento espírita brasileiro.

 Fraternos espíritos espíritas. Vamos colocar em pratica, as resoluções tomadas no mundo espiritual.

 Vamos, em cada organização espírita, colocar em pratica as orientações deixadas pelo Mestre Allan Kardec, quanto a pratica do espiritismo em nossa casa espírita. 

 Vamos colocar em pratica, as orientações recebidas de diversos emissários da espiritualidade, na unificação do movimento espírita brasileiro. Espíritas. 

 Unamos as nossas forças. Sozinhos, seremos fracos. 

 Unidos seremos um feixe forte e inquebrantável.

 Renunciemos a nós mesmos, em favor da unificação do movimento espírita brasileiro.

 Somemos as nossas forças, em beneficio da unificação do movimento espírita brasileiro.

 Para que o espiritismo codificado por Allan Kardec, seja vivenciado, de acordo com os ensinamentos deixados pelos Espíritos Superiores que ditaram a Allan Kardec, os livros básicos do espiritismo.

 Espíritas! 

 Uni-vos em torno do espiritismo. 

 São os votos desse humilíssimo servidor de todos. 

 Bezerra de Menezes. 
 Muita Paz.





Pensando nas crianças

Se esperas que o mundo se transforme em paz e que a luz venha habitar o coração dos homens, deixa que as crianças bebam livremente do fluxo da vida e se banhem nas margens da mãe natureza.
Deixa-as florir sob a carícia do sol. Que elas percorram os prados, se molhem nos riachos e se deitem na relva. Que possam apreciar as estrelas, antes mesmo de saber contá-las. Que descubram a lua, antes de tomarem ciência de que o homem já deixou nela as suas pegadas.
Que olhem os insetos antes que chegue o tempo em que lhes estudarão a estrutura, utilizando o microscópio e aprimorada tecnologia.
Que brinquem com a terra, sentindo-a nos pés descalços e nas mãos, antes mesmo de que comecem a estudar as suas camadas, a sua formação.
Que brinquem com a água do mar, antes de cogitarem de análises aprofundadas da sua composição.
Que cresçam fazendo castelos na areia da praia, antes de se tornarem os engenheiros que erguerão edifícios gigantescos que pretendem escalar as nuvens.
Permita que elas ouçam a melodia dos ventos antes mesmo que decidam se tornar músicos, maestros ou compositores.
Ensina-as a ouvir o canto dos pássaros na madrugada e no entardecer, antes que elas exprimam a sua vontade de se tornarem cantoras, servindo-se da flauta de ouro que trazem na garganta.
Permita que elas descubram as luzes e as cores do Universo semeadas por Deus, antes delas mesmas empunharem pincéis e tintas para retratarem a sua alma em telas que as imortalizarão.
Deixa que descubram a poesia de Deus no livro da natureza, antes que aprendam a unir letras e sílabas, formando versos, tecendo poemas e se tornando artistas da pena.
Deixa que acarinhem o gato antes que descubram a sua vocação para adentrarem o coração da selva e estudar o comportamento dos animais selvagens.
Permita que cuidem da alimentação do peixinho no aquário, para se projetarem posteriormente no estudo da fauna marinha.
Permita que elas descubram tudo que a natureza tem de rico, belo e bom para que amem a flor, a árvore, o riacho cantante e cresçam com a consciência de que é preciso preservar, tomar conta daquilo que é nossa herança, na qualidade de filhos de Deus: a imensa Terra em que vivemos.
Deixa, enfim, que as crianças se expandam, se espantem, se entusiasmem, se lancem à vida com a energia que já não possuis.
Pensa que jamais haveremos de atingir a conscientização pretendida das doenças que afetam nosso sistema ecológico, se não trouxermos de volta a criança para se educar em meio à natureza e com a natureza. Pois bem verdade é que ninguém tomará conta daquilo que não conhece, que não vivencia cotidianamente.
Quem ama a natureza, não a haverá de ferir, nem ultrajar, mesmo porque experimentará dentro d’alma a presença Divina em todas as coisas.
*   *   *
A criança traz, ao nascer, tendências morais e psicológicas, que podem ser percebidas desde cedo.
Extremamente maleável, é suscetível às influências externas. Absorve os estímulos do ambiente de forma intensa. O que lhe vem de fora pode passar a fazer parte de seu íntimo.
Pensa nisso e rega a alma do teu filho, do teu neto, do teu educando com a água pura do sentimento. Cultiva nela a boa semente que devolverá, na estação propícia, em centuplicados frutos para o mundo.
Redação do Momento Espírita, com base na
mensagem 
A educação pela natureza, de Rabindranath
Tagore, do livro 
A educação segundo o Espiritismo,
de Dora Incontri, ed. Comenius.
Em 29.7.2014.

Um raio de luz

O gabinete daquela escola de ensino médio se convertera, por alguns momentos, em palco para uma cena constrangedora.
Um aluno de dezesseis anos de idade estava ali, sentado, cabeça baixa, pensamento em desalinho, aguardando a sentença final.
Os pais, desolados, olhavam em silêncio para o filho, sem saber o que dizer diante daquele momento acerbo.
Vários de seus professores já haviam dado seus depoimentos, todos desfavoráveis ao jovem rebelde.
Se o garoto fosse expulso seria um peso a menos na sua árdua obrigação de ensinar...
Se se livrassem daquele estorvo sua tarefa ficaria mais leve, talvez pensassem alguns daqueles educadores.
O silêncio enchia a pequena sala, quando chegou o último professor para dar seu parecer sobre a questão: era o professor de Física.
Homem maduro, lúcido, educador por excelência, sentou-se e, antes de dizer qualquer palavra, olhou detidamente nos olhos de cada uma daquelas criaturas ali sentadas, e sentiu-se extremamente comovido diante da situação.
Como poderia ajudar a resolver a questão sem prejuízo para o seu aluno? Afinal, para aquele nobre mestre, expulsar um aluno seria decretar a própria falência como educador.
Então, ele olhou carinhosamente para a mãe e perguntou: O que está havendo?
O que aconteceu para que a situação chegasse a esse ponto?
Tamanha era a vibração de ternura que emanava da voz suave do educador, que a mãe se sentiu amparada na sua desdita e decidiu falar.
Olhou com afeto para o filho e, num tom de extremado carinho disse: Meu filho!
O jovem, diante da pequena frase que ecoou em seu íntimo com mais força do que mil palavras de reprimenda, desatou a chorar...
Chorou e chorou, compulsivamente...
A comoção tomou conta do gabinete e as lágrimas rolaram quentes dos olhos daqueles pais sofridos e também do professor e da diretora.
Após quase meia hora, as lágrimas foram cedendo lugar a um certo alívio, como se uma chuva de bênçãos tivesse lavado o travo de fel que pairava sobre a pequena assembleia...
Quebrando o silêncio, o garoto falou: Mãe, posso lhe prometer uma coisa?
Vocês nunca mais virão à escola por motivos como este.
*   *   *
Um ano se passou, e a promessa que o jovem fez se cumpriu.
Um dia, o professor encontrou seu aluno no corredor da escola e lhe fez a pergunta que há muito desejava fazer:
O que fez você mudar, aquele dia, no gabinete?
E o jovem respondeu, um tanto constrangido: É que minha mãe nunca havia me chamado de  "meu filho".
Aquelas duas palavras, professor, pronunciadas pela minha mãe com uma sonoridade espiritual tão profunda, foram o suficiente para eu mudar o rumo da minha vida...
O rapaz se despediu e se foi, deixando o mestre absorto em seus pensamentos...
Em sua mente voltou a cena daquele dia distante, em que adentrou a pequena sala do gabinete...
Em suas conjecturas se perguntou sobre qual seria a situação daquele moço, se tivesse sido expulso da escola naquela oportunidade...
Pensou também na força da pequena frase: Meu filho! E ficou a imaginar quão poderoso é o afeto de mãe.
E, como homem notável e admirável educador, concluiu, em seus lúcidos raciocínios: O dia em que as mães quiserem, elas mudarão o mundo.
E foi assim que essa história teve um final feliz...
Um final feliz graças ao pequeno gesto de um professor...
Seu gesto foi como um raio de luz que penetrou aqueles corações com tamanha suavidade, que foi capaz de mudar para sempre a vida daquela família...
Pense nisso sempre que o seu parecer for solicitado diante de qualquer situação.

Redação do Momento Espírita, com base em palestra de Raul Teixeira, em
Campo Largo-Pr, no dia 10 de dezembro de 2005.
Em 15.02.2012.

A videira e os frutos

Pouco antes de ser preso e crucificado, Jesus deu variadas instruções aos discípulos.
Em uma delas, afirmou-Se como a videira verdadeira e apresentou Deus como o lavrador.
Disse que todo ramo que estivesse Nele e não produzisse frutos seria arrancado pelo Senhor da Vida.
Mas, que todo ramo produtivo seria limpado por Deus, a fim de que produzisse mais ainda.
Esses curtos enunciados ensejam vastas reflexões.
O cristão deve ser o sal da Terra e a luz do Mundo.
Ele precisa ser um fator de progresso e transformação nos ambientes em que se movimenta.
É indigno afirmar-se cristão e viver de forma corrupta.
Segundo as palavras do Cristo, quem está Nele precisa produzir frutos.
A oportunidade da reencarnação é valiosa.
O número dos Espíritos desencarnados é muito superior ao dos encarnados.
Cada existência é objeto de minuciosa preparação.
O Espírito analisa sua consciência, identifica suas necessidades de aprendizado e os equívocos que precisa reparar, a fim de conquistar a paz.
Auxiliado por seres mais sábios, faz um projeto de trabalho, aperfeiçoamento e superação.
Com o aval de seus mestres, pleiteia a oportunidade do renascimento, sob a promessa de fazer o seu melhor.
Assim, a vida na Terra não representa um piquenique ou um largo desfrutar de sensações.
É preciso utilizar ao máximo os recursos de que se dispõe.
As oportunidades de encarnações são disputadas e longamente reclamadas.
Contudo, ainda mais difícil é conseguir o renascimento em condições equilibradas.
Família bem formada, saúde, acesso à educação e cultura são verdadeiros tesouros.
Na maioria das vezes, representam acréscimo de misericórdia, haja vista o status de devedores da ampla maioria dos Espíritos.
Nessas condições, a bondade Divina permite que equívocos do pretérito sejam reparados na forma de trabalho ativo no bem.
*   *   *
Tendo isto em mente, reflita sobre a forma como você tem utilizado os recursos com que a vida o brindou.
O mundo é melhor por que você está nele?
Você é rigorosamente honesto no cumprimento de seus deveres?
Sua vida é um exemplo de retidão para os que o rodeiam?
A bondade e a pureza marcam seus atos e palavras?
Você se preocupa com o coletivo e procura ser útil ao semelhante?
Ou apenas vive um dia depois do outro, permitindo-se tudo o que a cultura mundana reputa como normal?
Lembre-se de que é preciso dar frutos para merecer a graça de redimir-se no trabalho do bem.
Caso contrário, a vida tratará de remanejar as bênçãos da saúde, do trabalho e do equilíbrio em favor de outros mais dispostos e fiéis.
A seiva que você não dissemina secará ao seu derredor.
Conforme a imagem evangélica, a oportunidade será arrancada de suas mãos.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 23.03.2009.

Bens imperecíveis

 Você possui muitos bens imperecíveis?
Talvez tenha lhe vindo à mente sua Declaração de bens e direitos entregue ao fisco no último exercício fiscal.
Mas nós não estamos falando desses bens e sim dos bens da alma, realmente imperecíveis.
Sim, quando voltarmos para o mundo espiritual, seremos identificados pelas nossas conquistas essencialmente espirituais.
Sob esse ponto de vista as coisas ficam mais fáceis, pois todos temos possibilidades de angariar bens, já que eles independem de posição social ou financeira.
No campo dos sentimentos, por exemplo, é possível que tenhamos uma lista grande dessas aquisições, desde que saibamos aproveitá-las.
Valorizar um beijo carinhoso de criança...
O abraço afetuoso de um amigo...
A alegria do filho ao livrar-se das rodinhas auxiliares da sua bicicleta...
A conversa com os pais e avós ao redor do velho fogão à lenha...
O cheiro de mato molhado de chuva...
O sol se despedindo no horizonte...
A primeira flor, ofertada pelo nosso grande amor...
A expressão de dor no olhar da filha que rompeu com o namorado...
A explosão de alegria do filho que conquistou uma medalha nos jogos infantis.
A desolação da filha quando lhe dissemos que não a levaríamos conosco na viagem de férias...
Saber converter as relações estabelecidas por conveniência em amizade sincera...
Com respeito à moral também há um imenso campo para joeirar e ajuntar bens imperecíveis.
A humildade de pedir perdão por uma atitude equivocada...
O respeito às ideias e opiniões dos outros...
O cultivo da honestidade, ainda que a pouco e pouco.
O sacrifício dos interesses próprios por amor à justiça.
A caridade, que sabe perdoar e esquecer uma ofensa.
A dignidade que não se deixa contaminar pelos interesses escusos.
A sabedoria de não emitir opinião sobre um assunto que desconheça...
E no campo intelectual há muito terreno para cultivar nossos bens imperecíveis.
A leitura sistemática de tudo o que pode nos clarear a mente.
Os questionamentos sinceros quanto à nossa natureza, origem e destino como seres humanos.
A busca dos porquês da dor, das desigualdades intelectuais, morais e sociais.
A derrubada do muro apodrecido do preconceito racial, religioso, cultural e social.
Enfim, agora podemos avaliar o quanto de bens imperecíveis que já detemos e os que ainda estamos por conquistar.
Mas, a verdade é que não sabemos de quanto tempo ainda dispomos na presente existência e, por essa razão, não podemos perder tempo.
É preciso que valorizemos as horas e ajuntemos esses tesouros, aos quais Jesus se referia dizendo que o ladrão não rouba, a traça nem a ferrugem consomem.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita. 
Em 31.01.2010.

Nossos amigos e irmãos



Algumas pessoas se ressentem do convívio humano e só não se fecham por completo porque o contato constante com animais, sejam eles cães, gatos, pássaros, não permite que o amor e a ternura se desvaneçam totalmente.

O escritor e editor britânico Joe Randolf Ackerley, morto em 1967, não era o que se pode chamar de amante dos animais. Seu comportamento chegou a ser considerado excêntrico.

Na maturidade, adotou uma pastora alsaciana de nome Queenie. Ela se transformou em sua grande companheira, a amiga ideal e o melhor relacionamento de sua vida, segundo o próprio escritor. Por causa dela, ele mudou.

Sua produção literária teve uma melhora significativa. Nos quinze anos em que conviveu com Queenie, produziu seus melhores livros.

Em Minha cadela tulipa, um romance cheio de ternura, ele narra a amizade e o amor verdadeiro que compartilhou com sua leal companheira. O livro foi transformado em uma animação, que recebeu vários prêmios.

Na primeira metade do século XX, na cidade de Shibuya, o professor Hidesabaro Ueno adotou um cão da raça Akita e o chamou de Hachiko.

Diariamente, o cão acompanhava o dono até a estação de trem e ali aguardava que ele retornasse de Tóquio, onde lecionava.

Essa foi a rotina dos dois por mais de um ano, até que Ueno teve um acidente vascular cerebral e morreu.

Durante dez anos, o cão ficou aguardando seu amado dono, na estação, para surpresa e comoção de todos, que passaram a alimentá-lo.

Essa história de amor e lealdade, concluída com a morte do fiel animal, foi divulgada por todo o Japão. Tornou-se matéria de jornal, documentário, livro e inspirou o filme Sempre a seu lado.

* * *

Diariamente, cães e gatos anônimos alegram o nosso dia a dia, dão carinho e amor incondicionais aos que lhes somos donos, ajudam a reduzir nossa ansiedade, estresse, confortam nos momentos de tristeza.

Animais ensinam a amar e a perdoar.

Eles existem, não para servir aos seres humanos como escravos, mas para lembrar-nos de que todos somos criaturas de Deus.

Somos responsáveis por sua manutenção, pelos cuidados de que carecem.

Infelizmente, muitos não estamos atentos a esse papel no mundo. Maltratamos, abandonamos, agredimos, exploramos, torturamos e até os matamos, de forma cruel.

Em contrapartida, inúmeros voluntários resgatam animais em situação de risco, doentes, feridos. Cuidam para que se recuperem e se reintegrem ao mundo, às vezes, com o sacrifício do próprio repouso e alimento.

São almas abnegadas que, inspiradas pelo sublime defensor da natureza, Francisco de Assis, entenderam que, no Universo, tudo está interligado. E que os animais são nossos irmãos menores.

O nobre Franciscano dizia que todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem. Deus deseja que ajudemos aos animais. Toda criatura tem o mesmo direito de ser protegida.

Que possamos nos lembrar de que, como irmãos mais velhos, na escalada evolutiva da Terra, temos a responsabilidade dos cuidados necessários aos animais.

Redação do Momento Espírita.
Em 24.4.2015.

Nossos Natais

Toda vez que o Natal retorna, cantando Hosanas, aciono as lembranças dos Natais da minha infância.
Na tela do pensamento, repasso imagens daqueles dias vividos, no seio da família: pais, avós, irmãos.
Dias tão diversos dos atuais. Dias em que a TV ainda não chegara ao nosso lar e o que nos ligava ao mundo, naquele distante rincão, eram as ondas radiofônicas.
Recordo que os dias que antecediam o Natal eram de agitação. Minha irmã era muito criativa e, juntas, fazíamos a decoração da casa.
Laços de fita colorida se mesclavam ao verde de pequenos ramos que retirávamos das árvores do quintal.
Os presentes eram escassos: um para cada criança. Éramos cinco.
No entanto, de forma miraculosa, quando a família adentrava a sala, para a troca tão esperada, havia pacotes e mais pacotes.
Pacotes coloridos, de tamanhos e formas diversas. Leves, pesados, pequenos, grandes.
Era o nosso milagre particular. Tomávamos, minha irmã e eu, de pequenos mimos, esquecidos em gavetas e armários, lavávamos, políamos e providenciávamos embrulhos.
O momento da distribuição era de surpresas contínuas. A pessoa tomava do pacote e tentava adivinhar o que continha.
Seria um presente de verdade ou uma brincadeira? Por vezes, colocávamos algo minúsculo em caixas de variados tamanhos.
E lá ficava um de nós, entre a emoção e a ansiedade de todos, desembrulhando e desembrulhando.
No final, havia sempre risos. Às vezes, era apenas um seixo liso, colhido em passeio familiar e zelosamente guardado para a ocasião.
Ou então, era uma concha sui generis, fruto de uma ida à praia. Um livro emprestado, lido e que retornava, dessa forma, às mãos do dono.
Surpresas e mais surpresas. As crianças participávamos com risos, gritos, exclamações!
A figura de Papai Noel jamais adentrou a nossa casa. Desde muito cedo, aprendemos que nossos pais e avós faziam grandes sacrifícios para conseguir brindar a cada um de nós com um brinquedo.
E nós lhes dávamos lembranças, feitas por nós, entre o carinho e a inabilidade de nossas mãos.
Depois, era a ceia, servida em baixelas de porcelana, especialmente reservadas para dias importantes como o Natal.
Presente de casamento! - Informava nossa mãe, para atestar da importância de todos aqueles pratos.
E bebíamos em copos de cristal, que nos requeriam todo cuidado.
Todos brindávamos, com guaraná, cujas bolhas, provocando cócegas, mais nos faziam rir.
Dias felizes. Natais passados em que não faltava o momento de oração ao Divino Aniversariante, o mais importante convidado. Porque, afinal, só se tinha festa, porque Ele estava aniversariando.
Hoje, quando os anos se transformaram em décadas, agradeço a Deus pelos Natais de tantas venturas familiares.
Agradeço pelos amores que me deram alegrias, tantas e multiplicadas para recordar.
E lhes digo, desejando ouçam no mundo espiritual, onde se encontram: Feliz Natal, vovô, vovó, pai, mãe, irmãos queridos da minha alma saudosa!

Redação do Momento Espírita.
Disponível no cd Momento Espírita, v. 22, ed. Fep.
Em 30.7.2012.

A dignidade da honestidade

Quando alguém nos pergunta se somos honestos, em princípio, ficamos indignados, só em pensar que alguém duvide de que o somos.
No entanto, é importante que reflitamos um pouco a respeito da honestidade.
Grande parte de nós nos dizemos honestos, mas será que verdadeiramente o somos?
Quando limpamos o jardim, por exemplo, nunca jogamos a sujeira no quintal do vizinho?
Saindo de um emprego, damos entrada no Seguro Desemprego. Logo, estamos empregados novamente. Comunicamos ao órgão competente que não necessitamos mais receber o seguro ou pedimos ao novo patrão que espere alguns meses para fazer o registro na carteira para que possamos receber em dobro?
Se estamos dirigindo um veículo e raspamos noutro que está estacionado, cujo dono não está por perto -  qual é a nossa atitude? Damos no pé ou deixamos um bilhete com o telefone para posterior contato?
Enfrentamos com honestidade a longa fila dos bancos, teatros, repartições, etc. ou sempre ficamos procurando um conhecido ou um jeito qualquer de passar à frente dos que chegaram antes de nós?
Se vamos a um espetáculo qualquer, costumamos marcar os lugares com bolsas, carteiras ou outros objetos, para que nossos amigos, que cheguem em cima da hora, possam ocupar os melhores lugares, em detrimento dos que se esforçam e chegam cedo?
Se em épocas de eleições necessitamos pintar a casa, colocar vidros nas janelas, ou temos outra necessidade qualquer, procuramos um candidato para oferecer o nosso voto em troca de tais benefícios ou esperamos até que as possamos efetuar com nossos recursos?
Tendo urgência no despacho de um processo em determinado órgão, esperamos o trâmite natural ou tentamos dar um jeitinho de ludibriar os que não têm condições de dar o conhecido jeitinho?
Se trabalhamos no setor de compras de uma empresa, procuramos realmente os melhores preços e condições de pagamento, pensando exclusivamente no melhor para a nossa empresa, ou compramos onde nos ofereçam mais vantagens pessoais?
Ouvimos, várias vezes, o jargão popular afirmar que todo homem tem um preço. No entanto, para a honestidade não há preço, não há barganha, não há corrupção, nem corruptores. A dignidade de um ser humano honesto não tem preço, pois seu valor é inestimável. Dessa forma, poderíamos alterar o jargão popular e dizer: todo homem desonesto tem um preço, porque a dignidade jamais se corrompe.
Se ainda não conquistamos a virtude da honestidade como deve ser, lutemos por conquistá-la, a fim de podermos olhar no espelho e não nos envergonharmos da figura ali refletida.  Olhar nos próprios olhos e nada ter que censurar.
*   *   *
Ser honesto é agir de conformidade com as Leis Divinas. É não tentar ludibriar a própria consciência porque, mais cedo ou mais tarde, ela nos apresentará a conta dos nossos equívocos.
Se o honesto hoje ainda é uma raridade,  podemos inverter esse quadro, engrossando as fileiras dos que são verdadeiramente honestos. Agindo assim, de nada teremos que nos arrepender.
Redação do Momento Espírita.
Em 11.11.2014.

Harmonizando sentimentos

Carlos tinha uma irmã. Toda vez que saía, ele precisava levá-la junto.
E Terry, no conceito do irmão, não era uma boa companheira para as brincadeiras. No jogo de bola, vivia deixando a bola cair.
No jogo de pique, ficava correndo à toa, parecendo folha que o vento carrega de um lado a outro. Enfim, ela não entendia as regras e fazia tudo errado.
Antes do Natal, ele foi ao Shopping Center para comprar um presente para a avó. Como sempre, Terry foi a tiracolo.
E como sempre, atrapalhou. Carlos se sentiu obrigado a comprar uma boneca boba, só porque ela não parava de dizer: linda, linda. E não queria sair daquele balcão.
De mau humor, quando Terry pediu para ir ao banheiro, ele simplesmente apontou a porta, ao fundo do corredor, e a deixou ir sozinha.
Ele a viu tropeçar duas vezes nos degraus. Ela estava toda alvoroçada por estar indo sozinha a um lugar.
Cansado de esperar, depois de dez minutos, considerando a irmã a pessoa mais lerda do mundo, foi procurá-la.
Mas ela tinha desaparecido. Estava perdida. Ele começou a subir e descer escadas. Andou por todos os corredores. Perguntou a pessoas. Nada!
O remorso começou a tomar conta dele. O que diriam seus pais? Com certeza, pensariam que ele fizera de propósito, para ver-se livre dela de uma vez por todas.
E se não a encontrasse nunca mais? Começou a lembrar do cartão de aniversário que ela lhe dera. Sua mãe lera vários cartões e ela escolhera um que dizia: Para o meu querido irmão.
Recordou de quantas vezes Terry enxugava a louça, no lugar dele, porque ela gostava.
Lembrou de como ela conseguia fazer o bebezinho rir, quando ele ficava irritado, por causa dos primeiros dentinhos.
Começou a chorar. E se alguém a estivesse maltratando? E se ela estivesse sozinha e apavorada?
Foi andando mais depressa. As lágrimas escorrendo pelo rosto.
E quase caiu em cima de Terry. Ela estava sentada no chão, com um garotinho no colo. A mãe dele fazia compras e logo elogiou o jeito dela para lidar com bebês.
Carlos teve vontade de gritar com a irmã, bater nela! Queria que ela soubesse o quanto ele tinha ficado assustado com a ideia de perdê-la.
Mas não fez nada disso. Somente deu-lhe um grande e apertado abraço.
Tomou-a pela mão e foram para casa. E descobriu que amava muito aquela irmã. Que ela era importante para a sua vida.
Hoje, ele tem um trato com sua mãe: Metade das vezes que sai para brincar com os amigos, ele vai com Terry. A outra metade, vai sozinho.
E toda vez que ela sai com ele, Carlos a leva com a maior boa vontade.
Este ano, quando Terry fez aniversário, Carlos lhe comprou um cartão com os dizeres: Para uma irmã maravilhosa.
E era de coração.
*   *   *
Ante as limitações de um filho, aprende a observar os demais. Na tua maturidade de pai ou mãe, auxilia-os a se entenderem e se amarem.
Explica ao saudável das carências do outro. Mas não lhe carregue os ombros com a incumbência total de atender ao irmão.
Lembra que, por vezes, ele mesmo pode estar se sentindo preterido pelas tantas atenções que o outro desperta.
Ajuda-o para que se amem, cresçam e conquistem louros da vida, juntos.

Redação do Momento Espírita, com base no livro Minha irmã é diferente, de Betty Ren Wright, 
ed. Ática.
Em 3.6.2015.

O esporte e a guerra

  Cerca de cinquenta homens de cada lado. Homens preparados para lutar, para matar. Vindos de lugares diferentes. O que eles têm em comum é ...