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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Superando a depressão

Dentre as aflições comuns ao ser humano o transtorno depressivo apresenta-se com destaque na sociedade contemporânea.
A depressão é considerada, hoje, uma das mais comuns doenças da Humanidade, atingindo pessoas de todas as classes sociais e de todos os níveis culturais.
É um transtorno afetivo caracterizado por tristeza constante, dificuldade de sentir prazer, transtornos do sono e apetite. Afeta o organismo como um todo.
Os gregos chamavam essa doença de melancolia, reconhecendo que muitos indivíduos se apresentavam como incapazes de sentir alegria.
O rei israelita Saul sofria de depressão e sentia-se melhor ao ouvir as canções do pastor Davi.
Homero, em sua obra Ilíada, descreve um personagem profundamente melancólico, que se sentia vítima do ódio dos deuses, sendo por eles condenado ao sofrimento e à solidão.
Aristóteles considerava a melancolia como parte da personalidade de pessoas dotadas de genialidade.
No período da Idade Média acreditava-se que a melancolia era uma doença da alma, resultado do afastamento daquele indivíduo da fé em Deus.
No Renascimento, a ideia de que a melancolia era associada à genialidade foi retomada, surgindo até mesmo uma corrente de poetas e escritores que faziam dela o termo de inclusão naquele grupo.
Foi apenas em 1889 que um psiquiatra alemão, Emílio Kraepelim, descreveu o quadro clínico comum a muitos de seus pacientes como uma doença, chamando-a de melancolia delirante. O termo depressão surgiu logo depois.
No século vinte, as pesquisas médicas associaram a depressão a alterações na produção de substâncias cerebrais chamadas de neurotransmissores. Paralelamente surgiram medicamentos para seu tratamento.
A depressão é muito diferente de uma sensação de tristeza relacionada a algum fato ou a dificuldades enfrentadas. A tristeza deve ter curta duração, desaparecendo com a solução de sua causa.
A depressão é caracterizada por uma sensação constante de tristeza, perda da afetividade e da alegria do indivíduo, o que o leva ao isolamento.
Pode ser causada por fatores hereditários, psicossociais e econômicos e, até mesmo, por sentimentos de culpa não resolvidos. É comum também em pacientes com doenças de longa duração.
Como indivíduos resultantes de uma longa trajetória de experiências adquiridas no processo evolutivo de cada um, entendemos que conflitos graves, não resolvidos, no passado, podem dar origem ao distúrbio da depressão.
O indivíduo com depressão necessita, antes de tudo, de carinho e compreensão. Para aqueles que convivem com o paciente depressivo o grande desafio é o de exercitar a fraternidade.
Para quem sofre de depressão, é importante vencer o orgulho, reconhecer a necessidade da ajuda e do tratamento, bem como ter coragem de enfrentá-la.
Medicamentos e psicoterapia estão na base do tratamento do paciente. Estudos recentes mostram que a fé auxilia muito na recuperação.
Pessoas que se converteram a alguma religião e descobriram a fé verdadeira, equilibrada e raciocinada, mostram uma melhor evolução em seu quadro clínico, bem como menor tendência a recaídas.
A psicoterapia do amor, da alegria de viver, do convívio com as reflexões e a comunhão com Deus são, ao mesmo tempo terapia e prevenção para essa séria doença que atinge a Humanidade, e que deve ser enfrentada.
  Redação do Momento Espírita com base no cap. 17 do livro 
Iluminação interior, pelo Espírito Joanna de Ângelis, 
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 19.11.2009.

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