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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Independência para nossos filhos

     Xinran é uma chinesa, nascida em Pequim. É escritora e jornalista, mas foi como apresentadora de um programa de rádio, na China, que colheu histórias muito interessantes do seu povo.

        Em 1997 ela se mudou para Londres. A partir de então, todos os outonos ela recebe ligações telefônicas de seu país.

        São pais cujos filhos vêm estudar nas universidades do Reino Unido e da Europa e que lhe pedem para que ela os cuide.

        Xinran responde a todas as questões e se propõe a ajudá-los, na nova vida que enfrentarão.

        Contudo, ela precisa impor limites. Porque algumas mães lhe pedem que vá cozinhar para seu filho todos os dias. Que ela o cuide da mesma forma que a mãe o faria.

        Os exageros são muitos, diz a jornalista.

        E conta o caso do jovem que veio a Londres para estudar em uma universidade.

        Logo depois que ele chegou à capital inglesa, a escritora recebeu um telefonema da mãe do rapaz:

        Não me importa o que você acha que é bom para seu filho. Mas, neste momento, meu filho precisa de sua ajuda para desfazer as malas.

        E lá se foi Xinran ajudar o rapaz. Quando ele abriu uma das duas malas gigantescas que trouxera, tirou páginas de instruções sobre como pendurar roupascomo fazer a camao que pôr na gaveta das roupas íntimas.

        Olhando aquilo, Xinran perguntou ao jovem:

        Como você se virou quando estava na universidade na China?

        A resposta dele a desconcertou:

        Minha mãe vinha ao meu dormitório todas as semanas.
*   *   *
        Se queremos que nossos filhos cresçam e desfrutem  de suas próprias vidas, temos de liberá-los um pouco. 

        O melhor a fazer é ajudá-los a ser independentes, o mais cedo possível.

        Eles não podem viver embaixo das asas da mãe a vida inteira.

        Por isso, pequenas tarefas no lar, desde a tenra idade são importantes: dobrar a roupa, guardá-la no armário, pendurá-la nos cabides.

        Retirar a louça da mesa, passar a vassoura, limpar a calçada.

        Nas compras, permitir ao filho algumas escolhas, a fim de que ele aprenda o que significa decidir-se.

        Permitir-lhe realizar pagamentos em supermercados, lojas, shoppings, planejar o que fará com a sua mesada, escolher a roupa que usará para ir ao cinema, sair com os amigos, ir ao templo.

        Torná-lo responsável e participativo nas questões familiares, delegando-lhe o cuidado de irmãos menores, no auxílio a atravessar uma rua, conduzir à escola.

        Pensemos que nosso filho vai viver no mundo e que o precisamos preparar para isso.

        Se viermos a faltar ao seu lado, se ele for viver longe de nós, necessitará estar pronto.

        Exercitemo-lo, portanto, a cada dia, enquanto estamos com ele.

        Ele, como nós, nasceu para progredir, para crescer. Se lhe fizermos todas as tarefas e o superprotegermos, ele se tornará um incapaz, um inútil.

        Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita com base no cap. Meus amigos
na China..., do livro O que os chineses não comem, de Xinran, 
ed. Companhia das Letras.

Em 02.09.2008.

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