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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Pensando nas crianças

Se esperas que o mundo se transforme em paz e que a luz venha habitar o coração dos homens, deixa que as crianças bebam livremente do fluxo da vida e se banhem nas margens da mãe natureza.
Deixa-as florir sob a carícia do sol. Que elas percorram os prados, se molhem nos riachos e se deitem na relva. Que possam apreciar as estrelas, antes mesmo de saber contá-las. Que descubram a lua, antes de tomarem ciência de que o homem já deixou nela as suas pegadas.
Que olhem os insetos antes que chegue o tempo em que lhes estudarão a estrutura, utilizando o microscópio e aprimorada tecnologia.
Que brinquem com a terra, sentindo-a nos pés descalços e nas mãos, antes mesmo de que comecem a estudar as suas camadas, a sua formação.
Que brinquem com a água do mar, antes de cogitarem de análises aprofundadas da sua composição.
Que cresçam fazendo castelos na areia da praia, antes de se tornarem os engenheiros que erguerão edifícios gigantescos que pretendem escalar as nuvens.
Permita que elas ouçam a melodia dos ventos antes mesmo que decidam se tornar músicos, maestros ou compositores.
Ensina-as a ouvir o canto dos pássaros na madrugada e no entardecer, antes que elas exprimam a sua vontade de se tornarem cantoras, servindo-se da flauta de ouro que trazem na garganta.
Permita que elas descubram as luzes e as cores do Universo semeadas por Deus, antes delas mesmas empunharem pincéis e tintas para retratarem a sua alma em telas que as imortalizarão.
Deixa que descubram a poesia de Deus no livro da natureza, antes que aprendam a unir letras e sílabas, formando versos, tecendo poemas e se tornando artistas da pena.
Deixa que acarinhem o gato antes que descubram a sua vocação para adentrarem o coração da selva e estudar o comportamento dos animais selvagens.
Permita que cuidem da alimentação do peixinho no aquário, para se projetarem posteriormente no estudo da fauna marinha.
Permita que elas descubram tudo que a natureza tem de rico, belo e bom para que amem a flor, a árvore, o riacho cantante e cresçam com a consciência de que é preciso preservar, tomar conta daquilo que é nossa herança, na qualidade de filhos de Deus: a imensa Terra em que vivemos.
Deixa, enfim, que as crianças se expandam, se espantem, se entusiasmem, se lancem à vida com a energia que já não possuis.
Pensa que jamais haveremos de atingir a conscientização pretendida das doenças que afetam nosso sistema ecológico, se não trouxermos de volta a criança para se educar em meio à natureza e com a natureza. Pois bem verdade é que ninguém tomará conta daquilo que não conhece, que não vivencia cotidianamente.
Quem ama a natureza, não a haverá de ferir, nem ultrajar, mesmo porque experimentará dentro d’alma a presença Divina em todas as coisas.
*   *   *
A criança traz, ao nascer, tendências morais e psicológicas, que podem ser percebidas desde cedo.
Extremamente maleável, é suscetível às influências externas. Absorve os estímulos do ambiente de forma intensa. O que lhe vem de fora pode passar a fazer parte de seu íntimo.
Pensa nisso e rega a alma do teu filho, do teu neto, do teu educando com a água pura do sentimento. Cultiva nela a boa semente que devolverá, na estação propícia, em centuplicados frutos para o mundo.
Redação do Momento Espírita, com base na
mensagem 
A educação pela natureza, de Rabindranath
Tagore, do livro 
A educação segundo o Espiritismo,
de Dora Incontri, ed. Comenius.
Em 29.7.2014.

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