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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Diante do amanhã


São compreensíveis os cuidados que todo ser humano adota em seus negócios e afazeres mundanos, com vistas à própria tranquilidade.
Ele organiza com esmero a casa em que vive.
Protege as vantagens imediatas de sua parentela.
Preserva de forma apaixonada a segurança dos filhos.
Atende, com extremado carinho, ao seu grupo social.
Valoriza o que possui.
Arranja habilmente o leito calmo e confortável.
Seleciona com gosto os pratos que compõem o cardápio do dia.
Defende, como pode, a melhoria de suas rendas.
Aspira a conquistar um salário mais amplo.
Garante o seu direito à frente dos tribunais.
Vasculha com avidez o noticiário para saber o que ocorre no mundo.
Procura, com pontualidade e respeito, os serviços de médicos e dentistas.
Vai ao cabeleireiro.
Escolhe com atenção o filme que deseja ver.
Examina a moda, ainda que com simplicidade e moderação, como quem cumpre um ritual.
Interessa-se por ocorrências políticas e as questiona.
Discute de modo veemente a eficiência dos serviços públicos.
Tenta, até de forma instintiva, influenciar opiniões e pessoas.
Desvela-se em atrair a simpatia de colegas de trabalho, chefes e subordinados.
Observa, a cada instante, as condições do tempo.
Todos esses comportamentos são compreensíveis, normais e mesmo úteis.
Eles traduzem preocupações naturais da existência terrena.
No entanto, é preciso cuidado para não transformar questões transitórias e instrumentais no objetivo da vida.
Os pequenos interesses e comodidades do dia-a-dia são relevantes, em certa medida.
Mas o apego a eles não pode justificar o descuido com questões magnas da experiência humana.
É compreensível que alguém gaste tempo na busca de conforto, segurança e bem-estar material.
Mas é incompreensível que não dedique alguns minutos de seu dia para refletir sobre a transitoriedade dos recursos humanos.
Afinal, absolutamente nada do que é material poderá ser levado no retorno à pátria espiritual.
Não há conquista, cuidado ou dedicação a algo físico cujo resultado perdure mais do que algumas décadas.
Na jornada para o Além-túmulo, somente os bens do Espírito seguem na bagagem.
Da mesma forma que, ao renascer, apenas são trazidas as conquistas espirituais, entre elas as virtudes e inteligência.
Não se trata de convite a fixar a mente na ideia obcecante da morte.
Mas de concluir que, nessa ou naquela convicção, ninguém foge do porvir.
O Senhor Jesus afirmou: Andai enquanto tendes luz.
Isso quer dizer que é preciso aproveitar a luz do mundo para acender a luz do próprio íntimo.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. LXV, 
do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia 
de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 15.04.2010.

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