Quando nos referimos aos atributos Divinos, dizemos que Deus é infinito em todas as Suas atribuições.
Dizemos que Ele é único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo.
Dizemos ainda que Ele é misericordioso e bom.
Justiça é a faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência.
Misericórdia é a compaixão, o pesar, a piedade ante a dor alheia.
Será possível que andem juntas a misericórdia e a justiça Divinas?
O cancioneiro popular Adorinan Barbosa colocou na boca do filósofo Joca, em uma de suas produções musicais, que Deus dá o frio conforme o cobertor.
Essa imagem bem traduz a justiça e a misericórdia Divinas.
O frio é a justiça Divina alcançando o ser que ontem fraudou, burlou a lei.
O cobertor, que auxilia a vencer a intempérie, significa a misericórdia que se estende a esse mesmo devedor.
Se prestarmos atenção, veremos que, em todas as situações da vida, a justiça de Deus se manifesta ao lado da Sua misericórdia.
Assim, no mundo de vicissitudes em que vivemos, encontramos as enfermidades abraçando vidas.
É a justiça de Deus cobrando aos seres os seus descalabros do ontem ou do hoje: excessos, abusos, intemperança.
Ao seu lado se multiplicam médicos, enfermeiros e atendentes receitando, medicando, minimizando dores...
São os intérpretes da misericórdia de Deus.
Ao lado deles cientistas se debruçam sobre tubos de ensaio, investindo noites e horas sem fim, com o objetivo de descobrir novas fórmulas para curar enfermidades ou diminuir sofrimentos.
Outros profissionais se importam com o bem-estar moral dos seus pacientes e estabelecem linhas mestras de atendimento, onde a atenção, o tempo, a renúncia, são notas constantes.
A justiça de Deus estabelece que a cada um deve ser dado conforme as suas obras.
Geralmente, quem retirou dos cofres públicos quantias preciosas, retorna para devolver a esses mesmos cofres, através do seu trabalho, tudo que usurpou indevidamente.
Mas a misericórdia de Deus permite que a criatura, nesse contexto, se mantenha e sustente os seus com essa mesma atividade.
Muitas vezes, quem se serviu do corpo perfeito para a prática do mal, retorna em outro momento, com determinada deficiência.
No entanto, não lhe faltarão seres abnegados que o receberão como filho, professores que se dedicarão para que ele viva o melhor possível, face às suas limitações.
Não raro a justiça Divina estabelece que devedor e credor se reencontrem no ninho doméstico para os devidos ajustes.
A misericórdia concede a um e outro o esquecimento do passado a fim de que a reparação se concretize em ambiente isento de acusações infelizes.
A justiça alcança o devedor e o cobra. A misericórdia se coloca ao lado e lhe oferta o ombro amigo para chorar, o braço forte para amparar, uma voz para renovar o ânimo.
Deus é justiça. Também Pai amoroso e bom. A justiça estabelece o ressarcimento à lei. A bondade estende oportunidades de reparação.
* * *
A sabedoria providencial das Leis Divinas se revela, nas pequeninas coisas, como nas maiores.
Essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça, nem da misericórdia de Deus.
Justiça e misericórdia se manifestam na Terra em forma de cobrança e oportunidade, resgate e compensação.
Preste atenção e descubra você mesmo como a justiça e a misericórdia Divinas andam de mãos dadas.
Redação do Momento Espírita, com base em palestra de
Altivo Ferreira, na Federação Espírita do Paraná,
em 28.8.2005.
Em 28.4.2014.
Altivo Ferreira, na Federação Espírita do Paraná,
em 28.8.2005.
Em 28.4.2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário