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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

PSIQUIATRIA E ESPIRITISMO

A Psiquiatria é o campo médico de maiores conflitos com o Espiritismo. E é o campo espírita de mais intensa atividade e maiores realizações dos espíritas. A razão disso é evidente. A maioria dos psicopatas são simplesmente obsedados, e o que sobra na pauta da psicopatia de origem psicológica, educacional, neurológica ou cerebral mostra-se também infestada por espíritos inferiores. Quanto a isso, os espíritas praticantes e especialmente os psiquiatras espíritas não têm a menor dúvida. Por isso o número de hospitais psiquiátricos espíritas é grande em nosso País. Só no Estado de São Paulo existem 35 hospitais desse tipo em funcionamento e mais alguns planejados ou em construção. O corpo médico desses hospitais nem sempre é espírita e geralmente se constitui de maioria de médicos não-espíritas. Os organismos oficiais criam dificuldades à prática espírita nesses hospitais. Mas os espíritas enfrentam todas as dificuldades e continuam construindo hospitais, por entenderem que lhes cabe grande responsabilidade nesse problema, por serem eles os únicos que realmente o conhecem em sua maior profundidade. Cabe-lhe, pois, fazer alguma coisa em benefício de milhões de vítimas submetidas a tratamentos total ou parcialmente inadequados. Os hospitais reuniram numa Federação para melhor lutar pelos seus direitos e poderem manter ligações mais freqüentes e eficazes entre eles. Essa rede hospitalar especializada socorreu o Governo do Estado quando da crise do Juqueri (Hospital Franco da Rocha, na capital) servindo para a distribuição do número excessivo de internados, que fazia do Juqueri o que o povo chamou de Caldeirão do Diabo. Construía-se o Hospital Espírita de Amparo quando um médico e escritor de renome publicou um artigo no jornal diário Última Hora, protestando contra o fato e afirmando que os espíritas se interessam pelo assunto por dor de consciência, pois fabricavam loucos e sentiam-se no dever de assisti-los. Um jornalista e psicólogo espírita respondeu pelos Diários Associados explicando que os espíritas se interessavam pelo assunto em virtude da falência da Medicina na cura dos loucos. O princípio espírita da caridade os obrigava a isso. O Hospital foi construído e outros mais surgiram logo depois. A calúnia de que os espíritas fazem loucos surgiu das campanhas clericais e médicas contra a doutrina. Kardec tratou do assunto, mostrando o absurdo da acusação e lembrando que o mito do Diabo produziu mais loucos no mundo, durante séculos, do que se pode imaginar. Lembrou que o tratamento médico sempre se mostrara inadequado, pela simples razão de que as Ciências se negavam a reconhecer a evidência das obsessões. Referiu-se à predisposição de certas pessoas para a loucura, o que tem levado, no mundo inteiro, pessoas que se dedicam a estudos de música, matemática, teologia e outras matérias culturais a se perturbarem. Mesmo porque, dizia o mestre, existe em todos nós um grão de loucura que pode desenvolver-se por qualquer tipo de excitação. Exemplificou com os casos de possessão individual e coletiva ocorridos com espantosa freqüência nas comunidades religiosas, e afirmou que o Espiritismo é o melhor e o mais eficiente preservativo da loucura em seus vários tipos. Hoje está cientificamente provado que esse grão de loucura pode desennvolver-se por excitação telepática, tanto de criaturas existenciais quanto de espíritos desencarnados. Jean Herenwald, médico psicanalista, dedicou há alguns nos um livro a essa questão com o título de Telepatia e Relações lnterpessoais, citando casos impressionantes de sua própria clínica. As pesquisas americanas, inglesas, francesas e soviéticas comprovaram essa realidade de maneira inegável. Whately Carington, da Universidade de Cambridge, foi simplesmente exclustivo na comprovação dos fatos. O Espiritismo não pretende opor-se à Psiquiatria nem negar as suas conquistas e as da Psicoterapia em geral, mas é evidente que oferece a esse campo de terapêutica especializada novas perspectivas de pesquisa etiológica e de cura, comprovaadas cientificamente.. Revela aos psicoterapeutas a face oculta da realidade psicopatológica, como os astronautas revelaram aos astrônomos a face oculta da Lua. Os métodos espíritas de tratamento provaram a sua eficácia é continuam aprová-la diariamente em todo o mundo. O Espiritismo oferece à Psiquiatria uma contribuição teórica e prática completa, que ela não pode rejeitar baseada em pressupostos e preconceitos de um passado largamente superado.

 J. Herculano Pires

http://memoriaespiritual.blogspot.com.br/2010/10/psiquiatria-e-espiritismo_14.html

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