Quando se fala em alegria, de pronto nos acode à mente a imagem da criança. Esse pequeno ser tem a incrível capacidade de ser feliz. E de encontrar alegria em coisas mínimas. Ele desperta pela manhã disposto a aproveitar integralmente as horas. Sua preocupação é a brincadeira, o brinquedo, algo novo para fazer, algo para ser inventado, criado, experimentado. Está sempre aberto a explorar coisas novas, enfrentar desafios. Balançar-se um pouco mais alto, subir na árvore, nos galhos mais para cima, alcançar aquela fruta tão apetitosa, lá no topo. Correr, vencer a si mesmo ou disputar com o amigo quem é mais veloz. E ficar satisfeito por ter chegado ao final, ter concluído o percurso, mesmo que não tenha vencido. Suado, cansado, deitar-se no chão, respirar fundo, e concluir: Você foi mais rápido, hoje. Mas eu também cheguei até o final! Criança presta atenção em coisas simples como o beija-flor que visita a roseira, a pétala caída na calçada, a pedrinha encontrada em meio às folhas do jardim. Cada item, um tesouro, uma riqueza a ser guardada. Algumas apenas na lembrança, outras entre as preciosidades que vão aumentando as suas coleções que contêm desde pedras coloridas a figurinhas dos seus heróis. Criança ri por tudo e por nada. Pela bolha de sabão que sopra e vai refletindo cores aos raios do sol, pelo balão colorido que tenta escapulir da sua mão. E se admira ao descobrir o ninho que guarda, zelosamente, os ovinhos do pássaro prudente. Criança se diverte com o som diferente da buzina de um carro, com o sacolejar mais intenso do ônibus escolar, ao passar em uma rua um pouco acidentada. Criança se sente feliz por estar com o amigo, com o colega. Tudo é motivo para gozar felicidade. Ela não se pergunta se durará o momento ou logo acabará. Usufrui enquanto ele acontece. Vive o presente. Então, quando o assunto é alegria é bom mesmo observarmos as crianças. Observarmos e vermos com que facilidade fazem novos amigos, dão a mão, convidam para partilhar a brincadeira. Com que felicidade se enturmam, se divertem, se entendem com o outro. Superam, de forma rápida, as barreiras linguísticas usando o olhar, mímica, gestos. Não se preocupam em parecerem tolas e talvez merecerem olhares estranhos de outras pessoas. Elas nos ensinam a deixar as diferenças de lado e descobrir em cada um o que tenha de melhor. A não se importar com o que o outro está vestindo, nem como penteia o cabelo. Aliás, na sua espontaneidade, têm a capacidade de perguntar: Por que o seu cabelo é dessa cor? Esbanjando entusiasmo, projetam o futuro. Pensam o que serão quando crescerem e o sonho não tem limites. Não se retêm no passado, pensam sempre no outro dia, aquele que virá, que ainda poderá trazer mais novidades, satisfação, alegria.
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Todos passamos pela fase da infância. Parece que, ao nos tornarmos adultos, esquecemos a magia. Quem sabe seja interessante lembrarmos alguns daqueles momentos. Lembrarmos de como éramos empreendedores, como tínhamos os olhos brilhando de esperança. Quem sabe agora, neste momento, seja a oportunidade de lembrar da criança que fomos e voltarmos a ter a certeza de que podemos, devemos e merecemos ser felizes.
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Redação do Momento Espírita. Em 9.11.2017.
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