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domingo, 22 de outubro de 2017

Bem Aventurados os Simples


Caíra a noite e o viajante pedia socorro a Deus. Sentia-se doente. Longa fora a caminhada. Doía-lhe o corpo. Estava exausto. Orando sempre, encontrou árvore acolhedora que lhe pareceu agasalhante refúgio. No pé do tronco anoso, grande cova caprichosamente forrada de raízes era leito ao luar. - Oh! - suspirou o viajor fatigado - Deus ouviu-me! Afinal, o repouso! Ajoelhou-se e ia estender o manto roto no chão, quando verdadeira nuvem de maruins surgiu no assalto. Picadas na cabeça, no rosto, nas mãos, nos pés... E eram tantos os dardos vivos e volantes em derredor que o pobre recuou espavorido, para dormir ao relento, entre as pedras e espinheiros da retaguarda. De corpo dorido, pensava desalentado: - Tolo que sou de acreditar na oração! Estou sozinho! Nada de Deus! Na manhã seguinte, porém, retomando a marcha, voltou à árvore do caminho e, somente aí, reconheceu, admirado, que a grande cova de que fora obrigado a afastar-se era a moradia de vários escorpiões. 

*Não descreia da prece em tempo algum. E nos casos em que você encontre empecilhos para possuir o a que mais aspira, guarde, entre aborrecimentos e provações, a certeza de que, muitas vezes, o que lhe parece uma situação invejável não passa de ninho enganador, onde se ocultam os lacraus da morte.





Vieira, Waldo. Ditado pelo Espírito Valérium. FEB..

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