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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A paciência de Jesus

Jerusalém encontrava-se sob a dominação romana.
O povo, antes confiante em Deus, entregara-se ao cansaço, ao abandono de si mesmo.
Alguns desejavam a libertação e, para tanto, aguardavam o surgimento de um guerreiro que fosse impiedoso e que se valesse da maquinaria da guerra para exterminar o inimigo.
Além disso, a suspeita e a traição marcavam os relacionamentos humanos.
O pessimismo invadia os corações e o desalento dominava as almas.
Em tais circunstâncias surgiu a figura ímpar de Jesus, acenando com perspectivas de um futuro iluminado para todos.
Sua voz se erguia ante a multidão expectante como um poema de consolo dirigido aos desesperados e aflitos.
Seus discursos se fundamentavam nos temas do cotidiano, nas coisas simples e nas ocorrências de cada hora.
Suas propostas, diretas, eram sempre voltadas para o amor.
Por essas razões, passou a chamar a atenção daquele povo sofrido, atraindo curiosos e sofredores.
Em poucas semanas tornou-se assunto em todas as rodas de conversas.
Ele era uma aragem refrescante na ardência do sofrimento.
Mais do que uma esperança, Ele se fez um alento inesperado.
A própria natureza parecia haver-se alterado, tornando-se mais bela e calma.
Por onde Ele passava, um vigor novo estabelecia metas elevadas nas mentes e nos corações.
Suas pegadas ficavam impressas nas paisagens das vidas.
Nunca, antes, houvera vivido, ali, alguém como Ele.
Quem O visse ou ouvisse, não era capaz de esquecê-lO.
A notícia dos Seus feitos correu com a celeridade de uma centelha de fogo sobre rastilho de pólvora.
Os sofredores, sedentos de apoio, buscavam-nO a fim de obter soluções para os seus problemas.
Acercavam-se dEle multidões de aflitos, doentes do corpo e da alma.
Jesus, porém, visualizava muito mais do que as dores superficiais que os atingiam.
Sabia que todos aqueles males eram decorrentes de causas mais graves, centradas em comportamentos anteriores das existências humanas.
As criaturas, ignorando a lei dos renascimentos, desejavam apenas libertar-se do fardo que, naquele momento, as infelicitava.
Não se preocupavam em mudar sua forma de agir ou procurar condutas nobres que lhes evitassem futuras dores.
Tinham pressa pela liberdade e pelo bem-estar, mas não queriam qualquer ônus ou responsabilidade.
Jesus lhes compreendia os dramas e ajudava a todos, sem exigências, sem reclamações.
Sua paciência resultava da compaixão que nutria por cada um daqueles irmãos.
Compadecia-se da ignorância humana que centralizava suas aspirações no imediato, no transitório e no insignificante.
Na condição de Mestre, viera para despertar as consciências para realidades até então desconhecidas.
Paciente, amava as multidões e lhes concedia o tempo necessário para o amadurecimento do raciocínio e captação de ideias do bem.
*   *   *
A compaixão de Jesus é um apelo à ação de socorro à dor conforme esta se apresente.
Sua paciência é um convite sem palavras para que nós, sofredores daquele tempo remoto e destes dias, cresçamos e vivamos, de uma vez por todas, a Sua mensagem de amor.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 14, do livro
 
Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de
 Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 14.10.2016.

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